Sítio Shimada
"O chá da vovó "
Ume Shimada, conhecida por todos como Obaatian, sempre trabalhou na lavoura e o chá está em sua vida desde sua infância. Teimou para que o chazal não fosse abandonado e em 2014, aos 87 anos, inaugurou sua Fábrica Artesanal de Chá Preto, chá de manejo orgânico e de agricultura familiar. Um processo cuidadoso que tem início na colheita manual onde são selecionados apenas o broto e as duas folhas mais jovens. Hoje, sua filha Teresinha Eiko Shimada é a tea master responsável pela colheita e produção de chás, desde o tradicional chá preto, o limitado chá branco silver needles, produzido unicamente do broto, até os novos lançamentos em parceria com o Panorama do Chá; chá verde em pérolas, chá branco de folhas, chá branco de talos e chá branco prensado.
Produtos
Chá preto OP
Chá preto de folhas inteiras produzido a partir da colheita de broto e duas folhas da Camellia Sinensis
Chá Preto FBOP
Chá preto de folhas levemente partidas produzido a partir da colheita de broto e duas folhas da Camellia Sinensis, possui maior quantidade de brotos que o chá OP
Chá preto defumado
Chá preto de folhas inteiras produzido a partir da colheita de broto e duas folhas da Camellia Sinensis, defumado a partir da lenha da Camellia Sinensis
Golden Needles
chá dourado
Chá preto produzido unicamente dos brotos da Camellia Sinensis, levemente oxidado
Produto Sazonal
Chá Verde - Folhas inteiras
Chá verde produzido a partir da colheita de broto e duas folhas, cozido no vapor no método japonês para evitar a oxidação
Silver Needles
Chá prateado
Chá branco produzido unicamente dos brotos da Camellia Sinensis
Produto Sazonal
Conheça o produtor
Elisabete Ume Shimada
Tea Master - Produtora
Teresinha Eiko Shimada
Tea Master - Produtora
Tatiana Honorato Cantu
Representante Comercial
Reportagens
Entrevista de Dona Ume Shimada e Teresinha Eiko com Chico Abelha
Por Chico Abelha
29/11/2024
Teresinha Shimada, filha de Ume, comanda o sítio junto com a mãe. Ela ensinou a fazer uma receita de arroz com chá defumado.
Por Mariane Rossi, g1 Santos
01/09/2023 16h56
Filmagem da primeira colheita de chá da safra 2023/2024 do Sítio Shimada e Yamamaru para o lançamento da caixa de chás em parceria com o SescSP
Por SescSP - Coop Films
10/05/2024
A Família shimada e o chá
Elizabeth Ume Shimada, como ela mesma diz, "Brasileira Graças a Deus", nasceu em Registro em 6 de janeiro de 1927. Filha de Katsumi Sugano e Kikuno Sugano, que vieram do Japão em 1914 no navio Wakasa Maru, é a filha caçula de seis irmãos: Kiyoko, Masao, Takeo, Kimiko e Yoshiko Sugano. Seus pais foram um grande exemplo para ela. Empreendedores, plantaram café, criaram bicho-da-seda e, posteriormente, iniciaram a cultura do chá, comercializando a sua própria marca, "Chá Oriente". Sua mãe, muito talentosa na cozinha, ensinou todas as filhas e noras os segredos da boa culinária. Dona Ume teve contato com o chá desde cedo. Aos cinco anos de idade, sua tarefa era escolher as sementes do chá germinado. Quando criança, estudou na Escola Koki Kitajima e, logo depois, ingressou em um colégio interno de freiras no centro de Registro. Com muita alegria, lembra-se do tempo que passou com as amigas internas, com quem se divertiu muito e quase se tornou freira!
Casou-se com Akira Shimada, natural de Hokkaido, Japão, em 1951. Juntos, ajudaram na fazenda de seus pais. Posteriormente, mudaram-se para Itanhaém, onde foi professora de corte e costura. Depois, retornaram a Registro, onde ganhou um pedaço de terra de sua mãe. Seu marido plantou mudas de chá, irrigando-as uma a uma. Esse cultivo deu origem à plantação do chá Sítio Shimada. Por muitos anos, o casal Shimada forneceu brotos de chá para as fábricas de Registro, que, à época, somavam mais de 40 estabelecimentos, tornando a cidade o maior centro produtor e beneficiador de chá preto do Brasil.
Na década de 1970, após quase 20 anos trabalhando na roça, ouviu que seu irmão venderia sua barraca de feira em São Paulo. Determinada, decidiu: "Vamos comprar". Assim, mudaram-se para São Paulo com seus seis filhos (Shigueru, Teresinha, Minoru, Bernadete, Mamoru e Emi), sem se desfazer do Sítio Shimada. Trabalhou na feira por cerca de cinco anos, mas o trabalho era exaustivo. Então, ouviu de sua sobrinha que esta venderia uma ótica no bairro da Aclimação e, mais uma vez, decidiu comprá-la. Aos 50 anos, imaginava ter uma vida mais tranquila, com menos esforço físico. Contudo, não se aquietou e logo iniciou a produção caseira de moti, um alimento feito com arroz japonês glutinoso. A motivação era "tirar o marido da frente da televisão" — e deu muito certo! O Moti Shimada foi um dos pioneiros do bairro da Liberdade, inicialmente entregue de casa em casa, em um carrinho de feira, até dominar o mercado local.
Em 1991, seu marido Akira plantou no Sítio Shimada mais de 500 pés de lichia, cuja primeira colheita ocorreu seis anos depois. Dona Ume foi pioneira no cultivo da fruta em Registro, ganhando o carinhoso apelido de "Rainha da Lichia". Aos 64 anos, tornou-se destaque no jornal regional.
Durante mais de 30 anos em São Paulo, o Sítio Shimada foi arrendado e sua colheita de brotos de chá era vendida para as fábricas da região. Registro, conhecida como "capital nacional do chá", sofreu uma crise na década de 1990, levando ao fechamento das fábricas. Dona Ume continuou vendendo seu chá para a única fábrica sobrevivente, a Amaya Chás, até 2009, quando esta interrompeu as compras. Assim, sua plantação ficou abandonada por quatro anos, sustentando-se apenas com a lichia. Nesse mesmo ano, seu marido faleceu.
Após esses quatro anos, Dona Ume conheceu Tomio Makiuchi, que lhe contou sobre duas máquinas de beneficiamento de chá à venda em um ferro-velho, por R$ 1.000 cada. Com apenas R$ 500, comprou uma e pediu a Tomio que a restaurasse, o que levou um ano. Enquanto isso, limpou a plantação com as próprias mãos, retirando mato, matando cobras e preparando o local para a colheita. Com o maquinário e a estrutura prontos, em novembro de 2014, inaugurou sua própria fábrica artesanal de chá — aos 87 anos de idade!
A qualidade superior do chá vem da colheita manual, onde são retirados apenas o broto e as duas folhas novas. Toda a plantação é orgânica e livre de agrotóxicos. O terroir do sítio favorece o sabor e aroma do chá, devido ao clima, solo, vegetação local (com mais de 500 pés de lichia ao redor) e às abelhas que polinizam as flores. Isso resulta em um chá suave, com notas de caramelo, mel e lichia.
O processamento das folhas é feito artesanalmente sob o controle rigoroso de Dona Ume e agora de sua filha Teresinha. Após a colheita, os brotos passam pela fase de "murchamento" em uma tela suspensa, etapa crucial para a qualidade do chá. Em seguida, as folhas passam pelo processo de enrolamento em uma máquina chamada jyuunenki, que tem mais de 200 anos e foi restaurada por Tomio Makiuchi. Depois, passam pelo processo de oxidação, definindo cor, sabor e aroma do chá preto. A secagem ocorre em um forno a lenha, utilizando madeira das podas dos pés de lichia, conferindo um aroma único ao produto.
Em 2014, na inauguração da fábrica, um amigo chamado Disney apresentou o chá ao Jornal Nippak, que publicou a primeira matéria sobre Dona Ume e sua história. Na época, a marca fantasia era "Chá Obaatyan", um trocadilho que significa "chá da vovó" em japonês.
Nesse mesmo período, foi convidada para um festival internacional de chá preto no Japão, na província de Nagoya, cidade de Owari Asahi. Lá, conheceu Goto, produtor do melhor chá preto do Japão, e o convidou para conhecer sua plantação. Para sua surpresa, ele aceitou e, com um amigo, veio ao Brasil. Graças a essa visita, Dona Ume e Teresinha aprimoraram ainda mais o processamento de seu chá preto.
Nessa época, a emissora de TV do Japão NHK veio fazer uma reportagem com Dona Ume e seu chá, passando a ser conhecida mundialmente. Após este evento, os convites a participar de entrevistas, jornais, revistas, encontros, visitas, eventos etc.
Hoje, Teresinha Eiko Shimada com seus 70 anos mantém a tradição do chá viva, processando o tradicional chá preto de broto e duas folhas desenvolvido pela sua mãe, o chá verde de broto e duas folhas, o chá branco de brotos (Silver Needles) que são colhidos a mão e secos naturalmente e, o chá preto defumado, com uma defumação especial realizada com a lenha da lichia e a poda das Camellias. Desde o final de 2024, quando a fabrica artesanal de chás completou seus 10 anos, Teresinha tem produzido diversos chás diferentes em parceria com o Panorama do chá como; o chá branco de folhas, chá verde de pérolas, e o chá defumado com lenha de barril de cachaça.
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